O ultrassom como aliado no processo de reabilitação dos movimentos

Especialista em reabilitação explica as vantagens da ultrassonografia, método que vem ganhando espaço no ramo científico e tratamentos de distúrbios do movimento A ultrassonografia tem sido um assunto de importante destaque no campo da reabilitação. Isso porque a ferramenta é um método de diagnóstico por imagem que utiliza ondas ultrassônicas de alta frequência para visualizar, […]

Especialista em reabilitação explica as vantagens da ultrassonografia, método que vem ganhando espaço no ramo científico e tratamentos de distúrbios do movimento


A ultrassonografia tem sido um assunto de importante destaque no campo da reabilitação. Isso porque a ferramenta é um método de diagnóstico por imagem que utiliza ondas ultrassônicas de alta frequência para visualizar, em tempo real, as estruturas internas do organismo¹, oferecendo uma abordagem segura e não-invasiva para avaliação e monitoramento de diversas condições clínicas.

Muitas vezes, durante o processo de recuperação, o músculo pode apresentar alterações. Entre elas, destacam-se as de origem motora, como fraqueza ou dificuldade nos movimentos, a rigidez muscular e a espasticidade², caracterizada pela contração muscular excessiva e incapacidade de controlar movimentos, especialmente após um acidente vascular cerebral.

O papel da ultrassonografia na reabilitAção

A ultrassonografia permite uma avaliação detalhada das alterações causadas por diferentes doenças, facilitando o planejamento de tratamentos mais eficazes para cada caso.

Segundo a Dra. Ana Paula Coutinho Fonseca, médica fisiatra e especialista no tema, a ultrassonografia é para os fisiatras aquilo que o estetoscópio é para os clínicos gerais. No entanto, em vez de depender do fator auditivo, a ultrassonografia adiciona um componente visual muito importante ao tratamento.

“De forma resumida, a principal filosofia por trás do uso do ultrassom em medicina é ’ver acreditando’, já que, uma vez visto, o local pode ser avaliado e acessado mais facilmente”, explica. “Desta maneira, uma avaliação funcional pode ser feita e podemos ver como a lesão está ao longo do movimento”, pontua a doutora.

4 grandes vantagens do tratamento combinado à ultrassonografia

De acordo com a médica, o ultrassom pode trazer quatro grandes vantagens:

1. Segurança não-invasiva: a ultrassonografia é um procedimento seguro, sem necessidade de intervenções invasivas.
2. Imagens em tempo real: permite a visualização das estruturas internas durante movimentos específicos, facilitando uma análise dinâmica.
3. Localização específica das lesões: ajuda a identificar a localização exata das lesões, permitindo a personalização dos tratamentos.
4. Avaliação da eficácia das intervenções: auxilia na monitoração contínua do progresso do tratamento, ajustando as terapias conforme necessário.

O recurso também pode ser utilizado em procedimentos como as injeções intramusculares, recomendadas para diversos quadros de reabilitação, pela captação do melhor local para a inserção da agulha e, consequentemente, redução da chance de erros.
“Os resultados são mais precisos tanto do ponto de vista clínico, como nas intervenções guiadas, trazendo menor risco e maior segurança para o paciente.” finaliza a fisiatra.

É importante que, durante toda jornada de reabilitação, a pessoa em tratamento busque acompanhamento médico especializado e converse com os profissionais sobre os possíveis métodos que podem somar em sua recuperação, contribuindo para a melhora da sua mobilidade e independência pessoal. O caminho pode ser desafiador, mas o progresso é um grande passo rumo à melhora da qualidade de vida.

Referências
1. Governo Federal. Disponível em: www.gov.br/pt-br/servicos-estaduais/ultrassonografia-1#:~:text=A%20ultrassonografia%20ou%20ecografia%20%C3%A9,as%20estruturas%20internas%20do%20organismo. Acessado em 17/07/2024
2. Associação Brasil AVC. Disponível em: https://abavc.org.br/index.php/2021/11/23/espasticidade-pos-avc-o-que-e-fatores-de-risco-diagnostico-precoce/ Acessado em 17/07/2024
3. Sociedade Brasileira de AVC. Disponível em: https://avc.org.br/pacientes/como-se-recuperar-apos-o-avc/ Acessado em 17/07/2024

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Médico fisiatra pontua quais são os fatores essenciais para o processo e explica a importância dos cuidadores durante a recuperação pós-AVC Gravidade das sequelas, tempo de recuperação, dependência física e emocional são alguns dos muitos questionamentos que podem fazer parte da vida pós-AVC – e não só para os pacientes, mas também para os familiares, […]

Médico fisiatra pontua quais são os fatores essenciais para o processo e explica a importância dos cuidadores durante a recuperação pós-AVC

Gravidade das sequelas, tempo de recuperação, dependência física e emocional são alguns dos muitos questionamentos que podem fazer parte da vida pós-AVC – e não só para os pacientes, mas também para os familiares, cuidadores e outras pessoas que participam ativamente do processo de reabilitação.

Isso porque o acidente vascular cerebral, que acontece quando os vasos responsáveis pelo transporte de sangue ao cérebro ficam entupidos ou se rompem, é considerado a principal causa de perda de independência em todo mundo1 e pode impactar a mobilidade, autonomia e qualidade de vida de várias maneiras, deixando marcas que, se não forem tratadas, podem comprometer funções essenciais e resultar em perda de funcionalidade.

Algumas de suas possíveis consequências são2:

> Disfagia ou dificuldade de engolir
> Espasticidade
> Paralisia facial
> Fraqueza muscular
> Déficits de sensibilidade, que podem envolver dor, perda do tato e da capacidade de identificar temperaturas
> Alterações visuais, como visão dupla, desfocada e com dificuldades para ler ou identificar objetos
> Limitação de atividades motoras e funcionais
> Afasia, dificultando o uso da linguagem oral e escrita

A importância da reabilitação imediata

Apesar de variar entre os casos, o início dos cuidados pós-AVC deveria, idealmente, ser iniciado logo após a alta hospitalar. Segundo o médico fisiatra Dr. Eduardo Melo, o serviço de reabilitação deve fazer parte da rotina do paciente em até 03 meses, dependendo da urgência e gravidade do quadro, para se traçar os objetivos funcionais esperados o mais brevemente possível.

Esse atendimento pode ser dividido em duas fases: a aguda, definida pelos três primeiros meses, e a crônica, que se estabelece após seis meses do AVC – reforçando que a duração total varia e é delineada a partir dos objetivos propostos e necessidades de cada pessoa.

Alguns fatores devem nortear os profissionais envolvidos nos primeiros passos da recuperação. “É essencial avaliar precocemente a condição do paciente e entender como era a sua vida antes do episódio de AVC. Outro fator importante é a prevenção de complicações futuras, como dor, espasticidade, deformidades osteomusculares, depressão, entre outras.”, explica o especialista.

O médico ainda explica que, com o passar do tempo, o paciente pode ficar sujeito a reinternações por quedas, dor e infecções, que pioram ainda mais seu estado funcional e impedem uma maior chance de recuperação neurológica, além de trazer mais riscos de mortalidade.

Fatores que podem dificultar o processo

Segundo o especialista, não só os motivos relacionados às sequelas neurológicas e a doenças pré-existentes podem dificultar o processo: há também o impacto do contexto social.

“Há fatores relacionados ao lugar de moradia do paciente, acesso a serviços de transporte e saúde, geradores econômicos, disponibilidade de recursos para a reabilitação, além de desconhecimento por parte dos pacientes, familiares e de equipes de saúde. Ainda hoje, pacientes e profissionais consideram as sequelas do AVC como normais e/ou irrecuperáveis”, relata o doutor.

É importante lembrar que tanto as metas quanto a recuperação devem ser definidas de forma individual, levando em consideração o caso e a necessidade de cada paciente a curto, médio e longo prazo. “As de curto prazo são relacionadas com a prevenção de complicações e melhora clínica. Já as de médio prazo são, geralmente, relacionadas ao treino de recuperação neurológica. E, por fim, as de longo prazo estão relacionadas ao retorno dos pacientes e de suas famílias às atividades sociais, familiares, de lazer, etc.”, pontua o fisiatra.

A importância da rede de apoio para um processo de recuperação mais leve

Além de contar com a paciência, força de vontade e adesão do próprio paciente aos tratamentos propostos, os esforços para aumentar a qualidade de vida e melhorar a eficácia de todo o processo também são responsabilidade da família e cuidadores. Esses, que muitas vezes passam por cansaço físico, mudanças psicológicas e emocionais, costumam abandonar o ambiente de trabalho e fazer alterações na vida conjugal ou familiar, são essenciais para o desenvolvimento de uma possível melhoria3.

“Quando se discute a reabilitação pós-AVC, é fundamental considerar os cuidadores, que passam por uma certa sobrecarga e estresse. Normalmente, os pacientes, ao iniciarem seu programa de reabilitação, devem ter seus objetivos funcionais a serem discutidos com a equipe e seus cuidadores, incluindo tempo para conquista de cada objetivo”, completa o médico.

Por fim, é importante ter em mente que o tratamento imediato é tão importante quanto um olhar atencioso sobre o cuidador, um dos principais agentes responsáveis pela eficácia e melhoria das sequelas durante toda a jornada.

Referências:

  1. Ministério da Saúde. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/avc Consulta em 11/07/2024
  2. Sociedade Brasileira de AVC. Disponível em: https://avc.org.br/pacientes/como-se-recuperar-apos-o-avc/
    Consulta em 11/07/2024
  3. Associação Ação AVC. Disponível em: https://www.acaoavc.org.br/pacientes-e-familiares/cuidadores-e-familiares-de-avc/avc-familiar-cuidador-autocuidado-e-autoestima
    Consulta em: 11/07/2024

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Aqui, você passa a encontrar entrevistas exclusivas com médicos especialistas, abordando as principais dúvidas sobre diversos aspectos da reabilitação, com foco na espasticidade pós-AVC, distonia, lesão medular e paralisia cerebral. Essas conversas serão uma fonte valiosa de conhecimento para pacientes, familiares, cuidadores e profissionais de saúde interessados em aprender mais sobre as melhores práticas de tratamento e manejo dessas condições.

A reabilitAção é um processo contínuo e multidisciplinar, que envolve não apenas o tratamento físico, mas também o suporte emocional e psicológico. Estamos comprometidos a entregar conteúdos abrangentes e atualizados para ajudar aqueles que convivem com desafios de saúde neurológica e física a viverem suas vidas da melhor maneira possível. Não perca as próximas entrevistas e artigos! Juntos, podemos aprender, crescer e enfrentar os desafios da reabilitAção com informação, determinação e perspectiva.

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